Os Jornalistas Luís Pedro Cabral, Jordi Burch e Guillaume Pazat, e a sua estação do calor , são 3 amantes da Terra em reportagem para a Visão algures na Patagónia Argentina.
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Atenção: Isto não é uma viagem. É um encontro.
É a forma de tomar o pulso ao nosso planeta, de perceber como sofre esta região, como ela nos afecta inevitavelmente, nós, humanidade.
É uma viagem até ao fim do mundo, com início na cidade de Buenos Aires, Argentina, através da Patagónia, rumo a El Calafate até Ushuaia, no fim de qualquer coisa, com saída para a Antáctida, terra de ninguém, de cientistas e pinguins, reduto ecológico à beira de não ser protegido. Serve este caminho para mostrar o que há de errado com o Homem quando se serve dos seus recursos naturais para os esgotar, aniquilando-se lentamente, ou nem por isso.
A ecologia é, portanto, o tema transversal a este mapa da América do Sul, com regresso através da cordilheira dos Andes, cruzando o Chile, Peru e Bolívia.
Queremos abordar a temática através das pessoas, sempre as pessoas, os seus problemas, as suas dúvidas, as suas perplexidades, sempre a pequena estória a contar a história grande, nunca falando da ecologia como se estivessemos a falar de uma galáxia distante, não a tratando como tema, mas como a realidade que é. Não há, por isso, outra forma, embora poluente: será de carro e terá exactamente a duração do Verão austral.
Quem somos? Guillaume Pazat, francês, português-honorário, Jordi Burch, português, catalão honorário, e Luís Pedro Cabral, português de Portugal.
Não há plano.
Não há método se não o de procurar as culturas, os povos, as suas particularidades, as suas razões, muitas vezes sem queixa, tantas vezes vergadas aos interesses do dólar ou do euro, na fornalha do aquecimento global.
É uma região riquíssima de gente irreversivelmente pobre, sem recurso aos recursos que tem, condenada a ser explorada a troca de empregos míseros.
A Patagónia, seja chilena ou argentina, possui o bem mais precioso do futuro: água. Mas não se esgota aqui o seu tesouro.
Tem a maior concentração aurífera do planeta, tem prata, tem mercúrio, tem a poluição global instalada, tem os interesses multinacionais dentro de casa, tem a inesgotável Antárctida, pelo menos enquanto todos os acordos que sobre ela subsistem serem de protecção e não de exploração. A aventura não está no percurso, está na descoberta.
Temos de ler o futuro nas nossas mãos, porque é ali que ele está. Não somos Dom Quixotes, embora o nosso carro possa bem ser o Rucinante com três mil centímetros cubicos de cilindrada e emissões acima de qualquer norma.
É um problema menor que atravessará a região, esperamos que sem recurso a assistência técnica, à procura dos problemas maiores que assolam a América do Sul, assolando-nos, condenando os filhos que hão-de ser a respirar o que lhes deixámos, trocando-lhes o verde da paisagem pelo cinzento sugador da civilização global, que prega ecologia como ideologia enquanto destrói.
Esta dualidade vai acabar por matar esta região, como já matou outras. Resistirão os homens e as mulheres que nada têm ao tanto que lhes oferecem as companhias do lucro gigante, as mesmas que promovem campanhas de salvação do planeta?
Como sempre, será difícil. Pelo menos enquanto se continuar a vender a comprar o que não é nosso, como se o Mundo fosse um condomínio privado, de interesses privadíssimos.
Esta região ainda é natureza. E, por nós, tem de ser protegida de nós.
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