Olhando bem, ao fundo, há quem consiga descortinar uma floresta.
O bê-á-bá da nossa luta contra o Partido Comunista na Moita e em qualquer lugar
Bem, essa é verdadeiramente uma história de inventar.
Logo, bê-á-bá de uma luta dessas, entre nós, não há nem pode haver, porque “a nossa luta contra o Partido Comunista na Moita”, ou em qualquer lugar, pura e simplesmente não existe.
Não.
Isso mesmo.
Exacto.
Não existe. É pura invenção.
E é uma invenção de quem?
Precisamente nasceu e vive essa irrealidade de modo virtual na cabecinha esperta e auto-vitimizada dos defensores e dirigentes locais do Partido Comunista na Moita, e de mais ninguém.
Confuso?
Parece, mas não é.
Então como é, afinal?
É simples, é assim como abaixo se descreve, tal qual:
Resistência contra más práticas de governação
A resistência de cidadãos na Moita, de que o Movimento Cívico Várzea da Moita é parte, é virada contra as más práticas de governação, em especial aqui na nossa terra, mas também em qualquer lugar, más práticas essas levadas a cabo por quem quer que seja.
É naturalmente assim e não mais, pela escassez dos nossos recursos e pela inexistência de ambições, bem como pela lógica do podermos sempre pensar global, mas não sermos capazes de actuar muito para além do nosso local.
Dissemos: “más práticas essas levadas a cabo por quem quer que seja”.
Seja quem for.
Sejam os Responsáveis pessoas do Partido A, ou B, ou C, ou de Partido nenhum.
Muitos de nós pensamos aliás que a má política local é própria de um novo Partido, o PDM, ou Partido Da Máfia, força que não se identifica nem confunde com nenhum dos Partidos existentes. Seria abusivo tentar alguém colá-lo ao Partido A, ou ao Partido B, pois na verdade a quadrilha do PDM movimenta-se e acelera em corredor próprio.
Estas coisas são transversais a toda a sociedade. Não há um campo puro só de bom trabalho, de honestidade exemplar e de competência sem limites.
E outro campo só do seu contrário.
Imaginá-lo é tolice ou aldrabice.
Sãos os actos o que mais conta.
E perante más práticas, só resta aos Cidadãos resistir e lutar, quaisquer que sejam os maus governantes.
Se a má governação fosse conduzida aqui e agora pelo Partido Socialista, a nossa resistência seria conduzida contra essa má governação.
Idem se fosse da responsabilidade do Partido Social-democrata ou do Bloco de Esquerda, ou de qualquer outro Partido ou Coligação. A nossa resistência seria sempre conduzida contra essa tal má governação.
E quando o é, a nível nacional, quer toque os temas desta nossa resistência ou qualquer outro campo das nossas vidas e dos nossos direitos e interesses, cada um de nós, se o entender, lá estará a resistir, é bom de ver.
É por demais evidente que a mesma lógica que nos faz resistir a más práticas de governo, e não direccionadamente a pessoas ou a forças políticas, e que nos aconselha com aviso certeiro a não correr em pista alheia, mas sim na nossa própria pista, é ao mesmo tempo a mesma razão que não nos pára o braço nem tolhe a voz só porque o mau governo é feito à pala de um nome credível ou de um passado para alguns sonante.
Era o que mais faltava, aceitarmos nós a limitação à liberdade só porque imposta por quem antes por ela tivesse lutado.
Havia de ser o bom e o bonito, se fosse boa a ditadura e a corrupção desde que praticadas pelos “bons”, e já fossem más práticas essas se conduzidas pelos “maus”.
Um monte de esterco é um monte de esterco, tenha ou não tenha uma caixa de bolos no cocuruto.
E ao serviço de quem, a mando de qual Partido se tece a nossa resistência pela Lei e contra a escuridão no dia-a-dia das más práticas de governo local da Moita?
Ao serviço e sob o mando de Partido nenhum.
Pedimos solidariedade em todas as direcções do espectro partidário e dos intervenientes da vida em democracia em Portugal, já o pedimos e recebemos de Espanha também, mas com a solidariedade recebemos apoio, não directivas e muito menos imposições.
Verdade que nunca nesta luta até hoje ninguém no-lo pediu nem pretendeu impor.
Se algum dia isso acontecesse, a resposta seria múltipla mas de um só sentido.
Não, nem, nunca, jamais.
É isto difícil de captar?
De respeitar?
De imaginar como algo perfeitamente normal e possível no quadro de relações elevadas de cidadania e participação democrática das pessoas na vida da sua terra, de pessoas que têm o direito de ser respeitadas como gente com cabeça própria, e não necessariamente como joguetes e paus-mandados, de cidadãos que exigem ser olhados e têm o direito de ser respeitados como gente capaz de pensar global autonomamente, e agir de modo livre localmente?
Queremos crer que não é difícil, mas aceitamos que quem não esteja habituado a assim proceder, tenha maior dificuldade em assim o entender.
O caso concreto Moita
E sobre quem assenta a direcção política do governo local na Moita?
Quem são os Partidos que juntos, em coligação, aqui detêm a maioria?
De que cor reluzem ao peito dos dirigentes do Poder Local na Moita os respectivos emblemas partidários?
Bem, são eles de facto o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista “os Verdes”, no quadro da CDU.
E contra quem resistimos nós, contra quem nos manifestamos por todos os meios disponíveis em democracia, quem são os cabeças do mau governo, das piores práticas de desrespeito da Lei, das mais obscuras negociatas e acordos entre nós negociados entre a Administração Local e meia dúzia de grandes especuladores fundiários, daqueles que querem à viva força o nosso ouro, o nosso petróleo, os nossos diamantes, que na Moita dão pelo nome de Solo Rural em REN e em RAN passível de virar Solo Urbano sem REN e sem RAN?
Bem, mais uma vez o dizemos, fazemo-la contra a má política dos dirigentes desses 2 Partidos que localmente encabeçam essa desastrosa má governação.
Poder-se-á assim concluir que, por isso, lutamos contra esses Partidos na Moita e que o fazemos, por extrapolação, por igual a nível nacional?
Não.
Errado.
Esse filme não foi realizado. Não existe.
Quem o julgar por ignorância e pobre inocência, ainda não nos percebeu de facto.
Parece cansativo, mas repeti-lo-emos até à exaustão.
Para esses, a nossa palavra de informação e de resposta a todas as dúvidas e perguntas não desfalecerá, faremos tudo para podermos ser melhor e mais transparentemente por estas pessoas entendidos.
Quem contudo o julgar com malícia ou inimizade trauliteira, e sabemos que assim somos recorrentemente julgados pelos próprios Dirigentes locais desses Partidos, é gente que ainda raciocina e age em democracia mais à moda da era das cavernas e da pré-história anterior à vida que vivemos em sociedade, hoje, em Portugal.
Essas pessoas enchem a boca com as palavras liberdade e democracia e com conceitos de luta ao lado da classe operária e dos trabalhadores, dos pequenos agricultores, dos deserdados, daqueles que sozinhos não conseguem fazer ouvir a sua voz, dos mais desfavorecidos, mas agem, escrevem e falam hoje aqui como alguém que faz gato sapato de toda essa tradição de luta (de que o PCP é um expoente representante), e como alguém que aplica nas suas negociatas indecentes e na sua baixa guerrilha partidária exactamente o invés do legado de que se reivindica.
E fazem-no estes falsos democratas assim porque perceberam mal a lição dos mais velhos e aplicaram como tolos o princípio do tudo, ou nada.
Assim:
Essas pessoas, se ouvirem por exemplo falar em Salazar, dirão mecânica e automaticamente que são contra.
Mas em muitos aspectos pensam, agem e julgam os outros como o fez décadas a fio o Chefe do Governo Fascista em Portugal.
Dizia Salazar “tudo pela Nação, nada contra a Nação”.
Identificava “Nação” com o seu aparelho de estado, e daí concluía que a divergência perante o Estado Novo era simplesmente antinacional.
Estes pobres dirigentes na Moita do Partido Comunista caem no mimetismo mais imprevisível e fazem igual, mudando apenas o conceito “Nação” pelo de “Partido”, e dizendo alegre e estouvadamente “tudo pelo Partido, nada contra o Partido”.
Identificam “Partido” com as suas políticas em cada momento, políticas supostamente ditadas pelo colectivo mas na verdade derivadas da verdadeira liderança do governo local (com o colectivo de vanguarda levado alegremente a reboque), e vai daí, ai de quem deles ousar questionar, deles ousar divergir, deles ousar contestar.
É de imediato apelidado de traidor e renegado para cima, e acusado de cínico e de intelectualmente desonesto para baixo, corrido como um saco de vícios, etc e tal.
Assim, talvez sem o perceberem, revelam esses dirigentes locais do PCP verdadeiros tiques de autoritarismo e de horror à liberdade e à cidadania quando por si não controladas, tiques esses que em tudo os assemelham a quaisquer aspirantes a ditadores, independentemente dos emblemas e das colorações das respectivas bandeirolas em cada momento histórico.
E como são essas políticas neste momento aqui entre nós?
Bem, caiu-nos em sorte na Moita a tristeza mais malfadada de um capitalismo selvagem, reles e periférico, alegremento promovido à sombra da bandeira do PCP e da maioria CDU na Câmara Municipal
A nossa resistência não é contudo pois nem contra o PCP nem contra a CDU, mas sim contra esta política reles realizada e defendida à pala do PCP e da CDU.
Agosto ’07, uma nova etapa:
Saiba-se entretanto que entrou num novo estádio a luta de cidadania na Moita em defesa da Lei e contra a escuridão, pelo Solo Rural ambientalmente protegido e contra o logro de se procurar sem lei nem razão desclassificar Solo Rural em REN e em RAN, para o tornar novo Solo Urbano sem REN e sem RAN precisamente lá onde as Propriedades foram adquiridas de véspera pelos parceiros económicos da Câmara Municipal e dos seus maiores.
Com a transferência da REN tornada excedentária nos amigos lançada para cima das terras e das casas e actividades dos habitantes do Sul do Concelho, por tentativa de imposição burlesca e ditatorial.
Agora é decididamente uma luta pela liberdade, contra o autoritarismo e contra a baixa política, forma de reagir do poder local na Moita mais própria de ambientes partidários de bordel que propriamente de uma cena e de um confronto de cidadania em Portugal, 33 anos depois de Abril '74.
Com tudo o que acima se diz, perguntar-se-á:
Contra quem afinal é que se desenvolve a nossa resistência cidadã?
Será contra o PCP?
Ou será antes contra as más práticas de governo local na Moita?
Será contra esse Partido ou é afinal sim contra a prática e a defesa vulgar dessa política, contra o furor e a baixeza de impropérios partidários que seguramente fariam corar de pudor os clientes e os profissionais dos bordéis mais chungas do submundo e da marginalidade?
A nossa posição fica aqui mais uma vez bem nítida.
Movemo-nos de facto contra más políticas, e nada temos contra as pessoas.
Tampouco abominamos ou endeusamos camisolas partidárias. Menos ainda ficamos com a vista ou a mente tolhidas por elas.
Governem bem, respeitem a lei e a palavra dada, sirvam a maioria e não uma meia dúzia de grandes amigalhaços, exerçam como prometido o seu mandato, aceitem dizer não à sede de vã glória de mandar e vão logo depois andando, que em democracia o carrossel do poder é transitório, deve ser sempre a girar e não deve nem pode bloquear.
Assim terão os representantes eleitos em cada momento o apoio das Mulheres e Homens livres da nossa terra.
Ao invés, continuem a desgraça actual, e não nos calaremos.
A cada um de ler e entender, e de concluir.
Ensinar ninguém foi o propósito deste pequeno texto.
Cada um que ajuíze e se decida.
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