Há dias, em entrevista à Antena 1, o Bastonário da Ordem dos Advogados revelou que há pessoas com cargos de relevo no Estado português que cometem crimes impunemente, e que em breve poderá avançar com casos concretos.
Marinho Pinto afirmou que "existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade, e que andam por aí impunemente alguns a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade e não há mecanismos de lhes tocar. Alguns até ostensivamente ocupam cargos relevantes no Estado Português", disse.
Ainda segundo o Bastonário da Ordem dos Advogados, "o fenómeno da corrupção é um dos cenários que mais ameaça a saúde do Estado de direito em Portugal".
Desde então para cá, metade do país e boa parte da chamada classe política anda em polvorosa com o repetido ribombar da trovoada assim desencadeada.
É cedo para podermos saber se este é apenas mais um acto da farsa trágica e cómica da vida enredada deste nosso Portugal bem português, ou se pelo contrário poderemos estar em vésperas de um caso mais sério onde muitos nomes e muitos casos poderão ser apontados e analisados a valer.
A sensibilidade do pobre de Cristo que escrevinha estas simples linhas é bem clara: tudo se vai quedar seguramente em águas de bacalhau, no final concluir-se-á que vivemos no melhor dos mundos e vozes sábias virão cantar hossanas à justiça e ao sistema, em que “todos devemos confiar”.
Na verdade, e tomando o exemplo desta terra onde vivemos, a Moita e o concelho hoje em dia com o seu nome, o que verificamos nós?
Constatamos que foi possível reunir nos últimos anos um conjunto notável de documentos, evidências, testemunhos e tramas desmontadas das piores práticas de governação em democracia que se podem imaginar.
Investidores manhosos compraram e pagaram chorudamente favores prestados pelos governantes locais, com a mediação de assessores polivalentes, do tipo paus para toda a obra pública, privada e de amanhanço pessoal.
Altos funcionários e governantes do aparelho de estado regional e central assinaram de cruz a hipoteca e a morte anunciada precisamente daquilo que por mandato deveriam proteger, e fizeram-no alegremente assinando sem ler (por preguiça de o fazer) decisões gravíssimas e contra a lei, ou se leram então tê-lo-ão feito em consciência e por perfídia sabe-se lá movida por que mola.
Tudo isso com recorrentes desrespeitos de várias Leis da República, com violentação grosseira, arrogante e ditatorial dos interesses e dos direitos subjectivos de centenas e de milhares de pessoas, sempre ao abrigo de uma grande máxima política dos pequenos políticos: tratarem de sempre serem fortes e arrogantes diante dos fracos, e rachados e submissos debaixo dos fortes.
Na Moita, estamos carecas de chamar os bois pelos nomes.
Todos os documentos e todas as evidências e todas as situações e todas personalidades que referimos têm quer o nome, quer os procedimentos e todos os tim-tins por tim-tins divulgados publicamente, vezes repetidas sem conto.
Sempre com dezenas, ou centenas de comunicações para tudo o que é poder, para tudo o que é autoridade e o que é tutela em Portugal.
E os resultados, as novidades, a perspectiva? O seguimento? As averiguações a sério, e não a brincarem? As conclusões?
Zero, três vezes zero, e perspectivas de mais zero a somar a zero.
Por favor, dêem-nos música mas não nos obriguem a dançar.
Por isso, e dada a nossa experiência e a nossa verificação do mais profundo autismo (*) político das autoridades e dos donos do poder em Portugal, com base na nossa intervenção e denúncia local dos podres que por cá se amontoam na zona da Moita, e dos verdadeiros "sacos rotos" (**) em que sempre cai o que dizemos e demonstramos factualmente, somos levados a aconselhar modestamente:
Senhor Dr. Marinho Pinto, diga agora tudo tudinho, vá até ao fim e contará com o aplauso de muitos, muitos Portugueses. Ou então, em alternativa, envergonhe-se de ter tão só ameaçado. E se quiser saber mais sobre a “Caldeirada à moda da Moita”, leia-nos e ouça-nos pessoalmente. Quanto a resultados, aceite um conselho: Espere sentado.
(*) autismo político voluntária e gostosamente assumido, logo desprezível. O outro autismo, a doença grave que bate infelizmente à porta de muitas pessoas e muitas famílias, essa é outra questão, essa sim é matéria merecedora da nossa preocupação e solidariedade sinceras.
(**) atenção, há excepções. E as solidariedades e as intervenções esforçadas que recolhemos e registamos são muitas. Que aliás sempre agradecemos reconhecidos. Mas... por "sacos rotos" queremos dizer "o poder" que pode efectivamente intervir, analisar, concluir e corrigir a sério, e que não o faz ou só finge que o faz. Com resultados três vezes nove, vinte e sete. Noves fora, nada.
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