segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Round the World Solo Skipper Genuíno Madruga from Azores aboard 11 meters/37 feet sailboat “Hemingway” aproaches Cape Horn under severe sea conditions


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The Portuguese skipper Genuino Madruga sails in route to the Pacific Ocean under Cape Horn, alone around the world for the second time

Genuíno Madruga já está em dificuldades perto do Cabo Horn

No Açoriano Oriental online:

Regional | 2008-01-20 11:53

“O barco está-se a aguentar bem, mas apanhei pancadaria como nunca passei na vida”, explica o skipper de 57 anos, natural do Pico.

Genuíno Madruga, que está a realizar a segunda volta ao Mundo no seu barco à vela, poderá dobrar hoje o mítico Cabo Horn, o extremo meridional da América do Sul, que é considerado o ponto mais difícil no trajecto do velejador açoriano.

O Cabo Horn divide o Oceano Pacífico e Atlântico, sendo uma zona de navegação particularmente severa, com ventos fortes e temperaturas bastante reduzidas. O skipper açoriano atravessa o Cabo Horn no sentido inverso da navegação mundial, ou seja, de Leste para Oeste, aumentando os riscos devido à forte ondulação.

Perto dessa zona, Genuíno Madruga já está a sentir dificuldades e os efeitos da tormenta marítima, tendo afirmado ao Açoriano Oriental que “a travessia do Cabo Horn é muito complicada e poderá acontecer amanhã (hoje), ou ser adiada por dois ou três dias”. O navegador assume que a travessia do Cabo Horn “é a fase mais complicada da viagem”, porque enfrenta um estado do mar agressivo, com fortes ventos e baixas temperaturas.

“Não está a ser nenhuma brincadeira”, conta o skipper que se alimenta com dificuldade, através de bolachas e chocolates, porque não existem condições para elaborar as refeições.

“O barco está-se a aguentar bem, mas apanhei pancadaria como nunca passei na vida”, explica o skipper de 57 anos, natural do Pico.

Genuíno Madruga deseja “passar por esta zona o mais rápido possível”. Está a realizar uma navegação costeira, em que as horas de descanso são reduzidas, devido ao risco de embate na costa.

“A navegação junto à costa é bastante perigosa e não posso dormir durante a noite, porque é preciso estar muito atento”, acrescenta o velejador.

Os receios de acontecer um acidente são reais e justificam um esforço físico levado ao máximo, com uma grande privação de sono, já que “podem acontecer alguns imprevistos durante esta fase da viagem”.

O nível de segurança é, portanto, máximo nesta altura da viagem, com Genuíno Madruga preparado para comunicar às autoridades marítimas internacionais, via telefone satélite, caso ocorra algum imprevisto e tenha necessidade de solicitar o apoio da guarda-costeira chilena ou de outro país sul-americano.

“Julgo que não será necessário solicitar apoio internacional, mas se acontecer tenho os meios necessários. A experiência dos anos em que ando no mar será fundamental para conseguir ultrapassar esta dificuldade e concluir a viagem”, assume o “lobo do mar”, como é conhecido nos Açores.

Após a passagem pelo Chile, Genuíno Madruga pretende seguir o trajecto da Polinésia Francesa, Fiji, Samoa, Ilhas Salomão, Marquesas, Austrália, Maurícias, Reunião, Madagáscar, Cabo da Boa Esperança (África do Sul) e Ilha de Santa Helena, onde morreu Napoleão. Segue-se o caminho de regresso ao porto de partida, no Pico, com chegada prevista para Maio de 2009.

A segunda volta ao Mundo do skipper-pescador começou a 25 de Agosto passado. Ao longo da sua odisseia, o velejador picoense viajou em direcção a Cabo Verde, Brasil, Uruguai e Argentina, onde foi recebido de forma calorosa nos portos onde atracou e aproveitou para distribuir diverso material promocional dos Açores.

Na embarcação “Hemingway” transportou 200 quilos em livros e mantimento para seis meses sem vir a terra.

Luis Pedro Silva

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