A melhor maneira de enganar o rebanho é vestir alguém a pele de cordeiro...
Nota de reflexão a propósito de 2 Notícias com claras diferenças, por um lado no Público e por outro no Expresso, no Sol, na Rádio Renascença, na Lusa e no Diário Digital, e noutros meios de comunicação social
Veja-se com atenção as 2 notícias seguintes:
Primeira Notícia:
PJ esteve ontem na Câmara da Moita
06.06.2007,
José António Cerejo
Uma dezena de inspectores da Polícia Judiciária procedeu ontem à apreensão de material informático e de documentos nas instalações da Câmara Municipal da Moita.
Munidos de um mandado judicial, os agentes da Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira cumpriram a diligência ao longo de várias horas, tendo estado, entre outros, nos gabinetes do presidente da câmara e dos arquitectos Carlos Matos e António Dores, responsáveis pelo urbanismo e pela fiscalização.
…
Segunda Notícia:
Semanário EXPRESSO noticia, e com ele o SOL, a RR, o Diário Digital, etc:
Moita: PJ efectuou buscas na Câmara da Moita por alegadas irregularidades na revisão do PDM
Moita, 07 Jun (Lusa)
"Recebemos a PJ e prestámos todo o apoio que nos foi solicitado. Estamos disponíveis para colaborar e respeitamos sempre as instituições de poder", disse hoje à Lusa, João Lobo, presidente da Câmara da Moita.
Os elementos da Polícia Judiciária realizaram as buscas nos gabinetes do presidente da autarquia e de dois vereadores.
"Foi a primeira vez que isto aconteceu, mas como solicitámos ao IGAT uma intervenção no âmbito do processo de revisão do PDM era de esperar que algo acontecesse. Agora vamos aguardar pelo desenrolar da situação", referiu o edil.
…
Ora…,
Como se pode ver, o Senhor Presidente da Câmara Municipal da Moita, João Lobo (PCP/CDU) diz à comunicação social que “como solicitámos ao IGAT uma intervenção”, …logo “era de esperar que algo acontecesse”.
Só que…
Quem veio não foi ainda o IGAT, que seguramente virá, não se sabe quando, mas virá com certeza quando tiver um momento de disponibilidade.
Vieram sim, e munidos de um mandado judicial, mas foram os agentes da Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira, da Polícia Judiciária.
São entidades distintas, com mandatos distintos, cada uma correndo em pista própria:
IGAT é o órgão de tutela inspectiva do Governo sobre as autarquias locais. Isto é Governo, leia-se.
A Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira da Polícia Judiciária é outra coisa. A direcção da investigação cabe à autoridade judiciária competente em cada fase do processo, cf. a Lei 21/2000, de 10 de Agosto. São os Tribunais e a investigação pelos órgãos de polícia criminal, portanto, a funcionar.
Portanto…
Logo se pode concluir que dizer alguém que “como solicitámos ao IGAT uma intervenção”, …logo “era de esperar que algo acontecesse”, a propósito do facto de, munidos de um mandado judicial, os agentes da Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira cumpriram a diligência ao longo de várias horas na Câmara da Moita, a 5 Junho ’07, isso é, de duas, uma:
- Ou baralhação total no interior da própria mente;
- Ou tentativa de mistificação completa para uso externo e engano das mentes alheias.
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