Particularmente visado foi neste Comunicado o Senhor Oliveira da Figueira.
Conforme nos disse, é pessoa que ao longo da sua vida por vezes convergiu (e nesses momentos muitas vezes divergiu) com o Partido Situacionista, na defesa de causas que o Senhor Oliveira da Figueira em cada momento concretamente apreciava. Aliás, nessa época, o Partido Situacionista daqui e de agora era à época um Partido diferente, não era da situação, era oposição.
Vezes houve e há em que, ao invés, o Senhor Oliveira da Figueira divergiu e diverge do Partido Situacionista (e nestes momentos, acontece que também às vezes converge).
Parece charada, mas explicou-nos assim em síntese o Senhor Oliveira da Figueira na sua primeira reacção ao famoso Comunicado Executivo da Comissão Concelhia da Moita do Partido Situacionista:
Disse ele:
“O que digo de seguida é simples e fácil de entender.
Infelizmente contudo não está ao alcance de todos.
Na verdade, só compreenderá quem quiser ao menos por momentos parar e pensar.
Pelo contrário, haverá sempre um vício ou maleita que não deixará certas pessoas captar o seu sentido:
É o chamado e gravíssimo espírito de seita.
Vejam só, continuou:
"Cresci e aprendi por todo o mundo que corri que eram muitos os que batiam com a mão no peito e invocavam os mais santos nomes, cada um em sua terra, em sua língua e com sua fé, nos momentos mais inocentes ou até antes, durante e depois de cometerem as maiores atrocidades e os piores e mais sanguinários crimes.
Também notei que outros havia que não sabiam rezar a nenhum deus, e nem por isso eram piores ou melhores como pessoas só pelo facto de serem ateus.
Afinal, era pela vida e pelo trabalho realizado que em cada momento cada um deveria ser apreciado.
Por isso, há muito que deixei de perguntar de que raça, de que terra, de que clube, de que religião ou de que partido é filiado quem diante de mim se põe especado.
Antes cuido de saber ao que vem, o que traz e o que promete e realmente faz quem diante de mim se intromete”.
E acrescentou:
“Vivi situações e visitei paragens sempre mais além onde muitas vezes as coisas não estavam bem.
Quando emiti modestamente a minha opinião, por vezes fui ouvido, apreciado ou contestado, o assunto debatido e em geral o resultado melhorado.
Por vezes contudo fui recebido à pedrada, nem me ouviram nem entenderam mesmo nada, fui corrido como se fora um bandido.
Mas tinha dito num tempo e num lugar o que dissera mais ou menos no outro, para muitos e para mim com o mesmo espírito e o mesmo fim.
Mudar, no fundo não mudei desde então até aqui. Na verdade, há mais de 40 anos que sigo o mesmo fio condutor que quando ainda rapazinho aprendi. A que em nenhuma situação até hoje na vida disse não.
A diferença nesta história é outra e bem notória:
Aprendi que quem olha o fundo da questão quase sempre descobre no outro uma ponta de razão.
Mas quem tudo sabe, tudo pode, tudo quer e tudo manda, onde vê uma diferença só que seja, mesmo por mais ténue e pura, logo puxa da pistola e faz gala do seu poder em ditadura.”
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