quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Assim muitos de nós soubéssemos ser tão solidários e arrojados como as presas do filme









Juntos tiveram o mundo na mão

Bem, não foi o mundo, foi aquele momento. E não foi na mão, foi na ponta dos cornos!

Veja o filme Batalha no Kruger aqui.
Pode ver o filme
Jovem búfalo sobrevive a ataque de leões ali.
Rugido de leão. Ou aqui.


Leões e Búfalos (no caso, Búfalos do Cabo), e Crocodilos também claro, são todos partes importantíssimas da nossa vida na Terra.


Porque uns comem ervinha, e outros comem os demais, não é nem correcto nem razoável pretender que uns são bons e outros maus.
Essa é uma narrativa tolinha.

Contudo, em termos simbólicos, muitas vezes somos levados emocionalmente a tomar partido pela presa, contra o predador.
Mais ainda quando a presa é fraca, no caso, um búfalo juvenil, e os predadores são um grupo forte e organizado, os leões, a que oportunistamente um crocodilo tenta roubar um quinhão, entrando no festim sem ser convidado nem pela vítima, evidente, nem pelos predadores, claro.

Seja-nos por um momento permitido reflectir simbolicamente sobre o filme Batalha no Kruger Park, em momento raro realizado por Dave Budzinski, cf. o relata o Jornal Sol e o mostra o YouTube.

Outro filme, igualmente interessante mas menos claro, parece igualmente notável: Jovem búfalo sobrevive a ataque de leões.

Centremo-nos contudo na Batalha no Kruger Park, e extrapolemos por um momento para a nossa cena, para o nosso meio.

Um grupo descontraído faz o seu dia a dia normal.
Eis se não quando dá de caras com um grupo de estranhos, que prontamente assumem o seu papel de predadores e no grupo inicial só vêem presas.
Suculentas presas.
O desenlace é imediato.
Os predadores saltam-lhes ao caminho e apanham a presa mais fraca.
Parece fatal, como o destino.
Começa o festim, a que se tenta juntar de forma oportunista um convidado que ninguém havia chamado.
O filme poderia ter acabado aí.
O desfecho estava traçado com certezas a 99,99%, ou mesmo a 101%.
Engano redondo porém.
Quem não se sente não é filho de boa gente, e no grupo dos amigos e familiares da jovem presa, alguém terá assinalado: isto assim não pode ser!
Daí ao regresso em força, em grupo organizado e compacto, do grupo das “presas” ao lugar do festim dos “predadores”, foi um ápice.
E o que vimos então?
Vimos o feitiço da força virar-se contra os feiticeiros da agressão inicial.
Até andaram pelos ares.
Quem era supostamente presa indefesa virou força natural, que sempre tivera aliás (quando juntos, unidos, organizados), mas que na debandada inicial nem se lembraram possuir.
Como terminou?
A jovem presa, incrivelmente, desta salvou-se.
Se sobreviveu ou sobreviverá muito tempo, é uma incógnita que eu não sei responder, mas que agora não interessa nada.
Os predadores tiveram de procurar novas presas, noutro momento, noutro lugar.
As vítimas indefesas mostraram afinal que têm muito mais força e capacidade de defesa do que sói muitas vezes julgar-se.
E, permita-se-me o egoísmo e a lição por uma vez um pouco forçada, ganharam esta batalha os que sozinhos não conseguem fazer ouvir a sua voz, mas juntos tiveram aquele momento e aquele espaço na mão.
“Na mão”…bem, “na mão” não.
Mais propriamente na ponta dos cornos, que é sítio e arma bem nobre e natural para uma manada de búfalos.

Assim muitos de nós soubéssemos ser tão solidários e arrojados como as presas do filme, e quase metade das “cargas” de opressão não ocorreria sequer, e a outra metade em grande parte falharia.

Discorde quem quiser.

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