terça-feira, 8 de maio de 2007

Aliás “denegrir” é um termo racista, que visa associar “mau” com “negro”. São linguagens do passado, impróprias de um Partido como o PCP.










Nota breve da comissão organizadora da Conferência da Moita sobre Política dos Solos, a propósito do Comunicado da Comissão Concelhia do PCP na Moita:

  1. É positivo que o PCP diga algo, finalmente. Poderia dizer diferente, mas aí está o que se conseguiu arranjar. Já é alguma coisa.
  2. É pena que, face ao facto de “…ao PCP terem chegado interrogações sobre esta iniciativa”, nunca nos tenham sido reencaminhadas para a Conferência e para a sua organização essas tais interrogações. Poderíamos ter ajudado na hora ao seu cabal esclarecimento.
  3. O PCP local refere a Conferência como “…fazendo crer tratar-se de um problema nacional mas na prática incidindo sobre o concelho”. Errado. São assuntos nacionais, efectivamente, os temas da Conferência. A Moita é só mais um caso. Veja-se o caso figurado seguinte: lá porque há um problema de delinquência na porta ao lado, a vizinhança não fica só por isso proibida de falar de virtudes e de bons comportamentos, mesmo que a família que tem as orelhas a arder grite aqui d’el rey peixe frito que se estão a meter com o cadastrado lá de casa. Era o que mais faltava.
  4. Diz o PCP local que a Conferência é uma “…manobra que visa denegrir esta terra, as suas gentes e os seus eleitos autárquicos”. Errado. Falar-se de modo crítico de quem erra não é de modo algum dizer-se mal da terra onde nasceu ou onde mora.
  5. Aliás “denegrir” é um termo racista, que visa associar “mau” com “negro”. É algo como dizer que “um burlão nos negócios age como um judeu”, e que “roubar é uma ciganice”. Ou algo como “lento como um alentejano”, ou do género da errada referência à “trissomia 21 como mongolismo”. São linguagens do passado, impróprias de um Partido como o PCP.
  6. O PCP local refere que a Conferência “…merece o desacordo do PCP”. Contudo, o Deputado Miguel Tiago escreveu-nos também. Miguel Tiago, Deputado à Assembleia da República, Secretário da Comissão de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território, sublinhou na sua Mensagem em nome do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português a importância do objecto da Conferência da Moita. Em que ficamos? Desacordo do PCP ou importante realização?
  7. O PCP local escreve “…consideramos que em relação à matéria em questão se enganaram no concelho e nos eleitos autárquicos, batendo na porta errada”. É uma opinião. Contudo, reafirmamos, o objecto da Conferência é o interesse de Portugal e dos Portugueses, estas matérias são transversais a toda a sociedade, gente séria e boas práticas de governação há-as em qualquer lugar, e malandragem e amanhanços pessoais num enredo de confusão entre interesses públicos e privados, sem lei e com muita escuridão, também. Esta afirmação é uma ‘lapalissade’, de que ninguém com realismo duvida. A Moita é só um pequeno caso.
  8. Diz o PCP local que os Convites foram feitos de modo pouco sério. E explica “…pessoas e instituições que, mesmo após o desmentido das mesmas é omitido a divulgação do seu teor pelos mesmos meios em que são anunciados.” Esclarecemos ter havido 1 caso de pessoa por nós citada, depois de vária correspondência trocada, toda “concordante”. Após a dita citação, essa pessoa escreveu-nos zangada, pedindo que o seu nome fosse retirado. E foi-o, no minuto seguinte. As motivações do respectivo ‘volte-face’, podemos imaginá-las, até compreendê-las muito bem, mas não as emitimos em voz alta, por pudor. Não somos juízes. Desejam que divulguemos? À vontade, é só dizer. Outro caso não houve. Invente-o quem for capaz. No resto, a Conferência tem 2 Jornais com cerca de 470 notícias editadas em 2 meses, de modo transparente e responsável. Endereçou alguns milhares de convites, todos cordiais e educados, centenas deles dirigidos ao PCP (sem resposta, salvo 3 ou 4 excepções). É isso fazer-se as coisas sem seriedade?
  9. O PCP local escreve a terminar sobre a “…forma pública e transparente com que foram tratados todos os processos para a sua execução e à necessidade da sua aprovação superior de molde a mantermos os objectivos de desenvolvimento económico e social do concelho da Moita”. Sobre isso, pode ler-se muita coisa em Fórum Cidadania Várzea da Moita, devendo por favor procurar-se nomeadamente em baixo, no Arquivo do Blogue (Maio e Abril ’07). E depois importa ser-se paciente, que o tempo parece que não anda, mas anda. Aliás, par certas pessoas e situações, o tempo foge.
  10. Para começar, no caso de se desconhecer esta matéria, pode ler-se talvez o Conjunto de 3 Artigos que ajudam a perceber as ruelas e as vias em zig-zag do Ordenamento do Território, da fabricação de Mais Valias Urbanísticas e da Política dos Solos num Município concreto. Aqui.


Finalmente, seja-nos permitido perguntar:

É isto o PCP?

1 comentário:

Mário da Silva disse...

Não é só isto como é também isto e isto. Lamentávelmente!

O silêncio local que nos vem de certas partes é ensurdecedor.

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Neste espaço surgirão artigos e notícias de fundo, pautadas por um propósito: o respeito pela Lei, a luta contra a escuridão. O âmbito e as preocupações serão globais. A intervenção pretende ser local. Por isso, muito se dirá sobre outras partes, outros problemas e preocupações. Contudo, parte mais significativa dos temas terá muito a ver com a Moita, e a vida pública nesta terra. A razão é uma: a origem deste Blog prende-se com a resistência das gentes da Várzea da Moita contra os desmandos do Projecto de Revisão do PDM e contra as tropelias do Processo da sua Revisão, de 1996 até ao presente (2008...) Para nos contactar, escreva para varzeamoita@gmail.com