terça-feira, 22 de maio de 2007

A política de solos em Portugal - a existir - é um desastre que vive dos interesses pontuais do poder, ou das necessidades de financiamento político..



Um grupo de cidadãos da Várzea da Moita, após a revisão do PDM local - que duplicou a área urbanizável - decidiu constituir-se em movimento e organizar uma conferência subordinada ao tema Política de Solos, Mais Valias Urbanísticas e Ordenamento do Território.


Pela primeira vez, estas matérias serão discutidas de forma abrangente, fora da esfera política e dos interesses económicos subjacentes a um negócio que, pela simples alteração de estatuto, os solos, podem gerar mais valias milionárias.




Diria eu que o governo da nossa vida, é demasiado importante para ser deixado aos políticos. Estes, já fizeram prova de incapacidade suficiente e, provocaram já estragos cuja reparação em muito ultrapassará o tempo das nossas vidas, o dos nossos filhos e netos. É tempo de dizer basta! Cada um de nós deve - tem - de exercer o dever de cidadania e participar na construção de um país melhor e uma sociedade mais justa, conceitos que a generalidade dos políticos desconhece ou, convenientemente, esquece.


O solo é um bem precioso que não se pode produzir, duplicar ou esticar. O que existe tem por isso um valor social e económico elevadíssimo, sendo determinantes para a nossa qualidade de vida. Por isso é alvo de cobiça, negociatas, trafulhices, especulação e, moeda de troca.


As autarquias vivem da construção, sendo esta a sua principal fonte de receitas pelo que, a ordem instituída é; betão para a frente. Enquanto os centros das nossas cidades se vão degradando e desertificando, os patos bravos da construção fazem aprovar e construir, em qualquer cabeço, novas urbanizações, na generalidade, caixotes de betão de acesso difícil que albergam vidas humanas, sem quaisquer critérios de qualidade, dignidade ou respeito pelo ambiente.


A política de solos em Portugal - a existir - é um desastre que vive dos interesses pontuais do poder, ou das necessidades de financiamento político e/ou autárquico. Uma qualquer área que ontem seria protegida, passa a urbanizável da noite para o dia em nome de um qualquer projecto designado de interesse nacional, mesmo que não tenha qualquer interesse.


Basta dar uma vista de olhos aos projectos previstos para a costa Vicentina e ficamos esclarecidos. A concretizarem-se, teremos de deixar de beber água ou tomar banho para se poder regar tanto campo de golfe.


A questão da Várzea da Moita é a estória dos Kiwis em Canelas, numa outra versão.

Na sua denúncia, é diferente;

aqui, apenas eu me insurgi.


Lá, um grupo de cidadãos, independentes de partidos políticos, decidiu contestar o que atenta à sua qualidade de vida e ao que considera ser o interesse nacional.


Desejo que o seu exemplo frutifique e que todos passemos a exercer o nosso direito e dever de cidadania, julgando e responsabilizando os políticos pelos seus erros e pelos prejuízos que causam às nossas vidas.
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Neste espaço surgirão artigos e notícias de fundo, pautadas por um propósito: o respeito pela Lei, a luta contra a escuridão. O âmbito e as preocupações serão globais. A intervenção pretende ser local. Por isso, muito se dirá sobre outras partes, outros problemas e preocupações. Contudo, parte mais significativa dos temas terá muito a ver com a Moita, e a vida pública nesta terra. A razão é uma: a origem deste Blog prende-se com a resistência das gentes da Várzea da Moita contra os desmandos do Projecto de Revisão do PDM e contra as tropelias do Processo da sua Revisão, de 1996 até ao presente (2008...) Para nos contactar, escreva para varzeamoita@gmail.com