Comentário no Blogue A-SUL merece ser bem lido e ponderado.
No final deste texto, veja bem as referências sublinhadas a amarelo.
A parte mais significativa dos subúrbios que têm alastrado para fora das cidades são estruturas que têm sido projectadas para atingirem o apogeu imediato, enquanto ainda novas, ou na melhor das hipóteses, num prazo máximo de dez anos. O crescimento dos subúrbios tem sido fundamentalmente devido ao envelhecimento das primeiras zonas de ocupação fora do centro das cidades, construídos durante os anos
Os subúrbios têm sido criados com o objectivo de darem um retorno ao investimento da construção, o mais rapidamente possível. Assim que o dinheiro tenha sido feito, deixa de haver qualquer incentivo para a manutenção dos lugares. Se se projectassem as casas, as ruas, os prédios de escritórios e casas de comércio com o objectivo de criar algo que durasse durante centenas de anos, verificar-se-ia que o alastramento de construção não seria um problema. Estas zonas nunca se desvalorizariam e, aos poucos, tornar-se-iam naturais prolongamentos dos “centros históricos”, mantendo-se valorizados, pela memória histórica e cultural que os envolveria com o passar do tempo, mantendo-se habitados, dinâmicos e vivos.
Nas nossas cidades assistimos, porém, ao fenómeno inverso: como se fossem maçãs de casca reluzente, mas podres por dentro, elas têm na periferia uma faixa de construção recentíssima, cheirando ainda a nova, mas que rodeia um centro cada vez mais envelhecido e abandonado em que ninguém quer, nem pode pensar em viver.
Enquanto as forças vigentes (de mercado, económicas, culturais, sociais) continuarem a conjugar-se de forma a fazer com que os cidadãos tenham de justificar a escolha que fazem da sua casa, com base não em factores como a proximidade a transportes públicos e a escolas, pelo facto de se poderem deslocar nestes para o emprego ou poder usar as ditas para os seus filhos, mas antes porque estas estruturas representam factores que diminuirão o já esperado decréscimo de valor do seu “investimento”, enquanto os valores dos empréstimos contraídos se “justificarem” apenas com a aquisição de casas novas, a construção irá sempre continuar a alastra-se, consumindo um recurso finito e não renovável, que é o espaço físico que ocupamos com as nossas construções, em vez de o mantermos ocupado com a forma mais tradicionalmente sustentável, seja com a agricultura seja com a floresta nativa. Em ultima análise os subúrbios afastar-se-ão cada vez mais dos centros, e os seus ocupantes terão de atravessar extensões cada vez maiores de bairros degradados e pouco convidativos, que, ironicamente distam muito menos dos locais onde trabalham. Talvez quando tivermos de fazer
A explicação para este problema ao mesmo tempo tão simples de resolver, mas tão demorado e complexo de assumir por gerações de dirigentes políticos portugueses de
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