Era uma vez um sultão, que dispendia em vestuário todo o seu rendimento.
...
E, enquanto o sultão caminhava altivo sob um docel deslumbrante, toda a gente na rua e às janelas exclamava: «Que vestuário magnifico! Que cauda tão graciosa! Que talhe elegante!»
Ninguém queria dar a perceber, que não via nada, porque isso equivalia a confessar que se era tolo. Nunca os fatos do sultão tinham sido tão admirados.
— Mas parece que vai em cuecas, observou um pequerrucho, ao colo do pai.
— E a voz da inocência, disse o pai.
- Há ali uma criança que diz que o sultão vai
O sultão ficou muito aflito, porque lhe pareceu que realmente era verdade. Entretanto tomou a enérgica resolução de ir até ao fim, e os camaristas submissos continuaram a levar com respeito a cauda imaginária.
Sem comentários:
Enviar um comentário