PDM da Moita “esquece” novas infra-estruturas do distrito
in Setúbal na Rede A oposição na câmara da Moita acusa o executivo de “esquecer, na revisão do PDM” do concelho, os novos investimentos que se encontram previstos, como é o caso da ponte entre Barreiro e Chelas, o novo aeroporto de Lisboa no campo de tiro de Alcochete e a passagem no concelho do TGV e do MST (Metro Sul do Tejo). Segundo Luís Nascimento, vereador eleito pelo PSD, “a maioria CDU ainda não preparou o traçado para o MST” e “os acessos para o futuro aeroporto internacional, que prevê crescimento económico”. Joaquim Raminhos, vereador do Bloco de Esquerda, levanta a questão do TGV, que aparece no seguimento da terceira travessia sobre o Tejo, informando que, “nesta revisão que é necessária para a Moita, nada está previsto”.
Tal como os restantes vereadores da oposição, Vítor Cabral, eleito pelo PS, votou contra esta proposta que considera “não beneficiar em nada o concelho” e acusa João Lobo, presidente da autarquia, de “agir com parcialidade em todo o processo”. Sobre os corredores agora aceites pela Rede Ecológica Nacional (REN), o socialista questiona “porque não são colocados noutras áreas do concelho”. Considerando que estes, “são bons e uma vez que pretendem defender os solos”, Vítor Cabral pergunta porque não foram alargados à Barra Cheia e Sarilhos Pequenos”. Sobre o procedimento de João Lobo, que considera ter sido de “negociar e possibilitar benesses e garantias de desenvolvimento e lucro a alguns e a outros retirar capacidade de evoluírem e de se desenvolverem”, a oposição socialista caracteriza como “uma atitude de padrinho e amigo para uns e para outros de padrasto e carrasco”.
Por parte do PSD, Luís Nascimento apresentou-se igualmente contra esta alteração do PDM, que considera “absurda e ridícula, numa proposta mal elaborada de início”. O vereador defende que “a melhor alteração teria sido mudar de Rede Ecológica para Rede Agrícola Nacional”. Caso a alteração se desse, “a Moita voltaria a abastecer os hipermercados de Lisboa como antes”. Os corredores permitem “agora, aos que moram perto deles, construir”, mas, “segundo a lei, não podem plantar nessas áreas”. Luís Nascimento explica que, no seu entender, “esta zona só se tornou REN para que o presidente actual pudesse entregar aos construtores uma zona muito apetecível, que era a frente ribeirinha”, e assim “consegue enviar informação para Lisboa que até aumentou a área REN do concelho” quando “o que fez foi um favor aos construtores”.
Igualmente contra esta alteração do PDM do concelho da Moita está Joaquim Raminhos, vereador do Bloco de Esquerda, que vê esta proposta como “contraproducente”. No que diz respeito aos corredores o vereador afirma estar “a aguardar o resultado das investigações da Policia Judiciária” que, “devido a suspeitas levantadas pela condução do processo de revisão do PDM, encontra-se a fazer averiguações”. Por esta razão, e embora os corredores “venham responder a algumas reclamações de munícipes”, Joaquim Raminhos considera que apenas “respondem a acordos com entidades que vêem a beneficiar com as alterações”.
A aprovação da alteração ao Plano Director Municipal (PDM) da Moita foi concretizada no passado dia 11 de Junho, com os votos contra de toda a oposição. O acrescento prevê a localização de dois corredores com uma extensão de quarenta metros cada, na área classificada de Rede Ecológica Nacional localizada na zona da Várzea e Brejos da Moita. O projecto de revisão é agora enviado à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, conforme prevê a legislação, e, posteriormente, será submetido à aprovação da Assembleia Municipal. João Lobo, presidente da câmara municipal da Moita, não se mostrou disponível para falar com o “Setúbal na Rede” até à hora da publicação desta notícia.
Júlio Costa - 13-06-2008 18:17
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