A chanceler alemã, Angela Merkel, recebe o Dalai Lama, a 23 de Setembro, em Berlim, anunciou hoje o seu porta-voz, em mais um sinal do seu empenho em levantar questões de direitos humanos com a China.
Merkel reúne-se com o líder espiritual tibetano no exílio para uma «troca privada de pensamentos» na chancelaria, disse o porta-voz Ulrich Wilhelm.
Wilhelm afirmou que este encontro é parte de «uma série de reuniões entre a chanceler e líderes religiosos», tanto na Alemanha, como durante viagens ao estrangeiro.
O Dalai Lama efectua desde quarta-feira uma visita de cinco dias a Portugal, durante a qual não será recebido oficialmente por qualquer membro do governo português.
«Oficialmente, o Dalai Lama não é recebido por responsáveis do governo português, como é óbvio», disse a jornalistas o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, sem qualquer outra explicação.
O líder espiritual tibetano foi contudo recebido pelo presidente da Assembleia da República portuguesa, Jaime Gama, na quinta-feira, durante mais de uma hora, e falou com a comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros.
O Dalai Lama deixou o Tibete em 1959, com destino à Índia, durante uma sublevação falhada contra o governo chinês, e continua a desfrutar de grande popularidade entre os tibetanos, apesar dos esforços persistentes das autoridades de Pequim para o denegrirem.
A China afirma que o Tibete é seu território há séculos, mas muitos tibetanos garantem que foram de facto independentes durante a maior parte desse período.
O Dalai Lama, a quem foi atribuído o prémio Nobel da Paz em 1989, vive em Dharmsala, na Índia, desde que deixou o Tibete.
As empresas alemãs apostam em realizar negócios com a China, o maior mercado do mundo com uma economia florescente, mas Merkel, que tomou posse em 2005, focou publicamente as questões dos direitos humanos durante ambas as viagens que realizou a Pequim enquanto chanceler.
Holger Haibach, legislador do Partido Democrata Cristão de Merkel, descreveu o previsto encontro como «um acontecimento de uma dimensão quase histórica».
«A chanceler está a enviar um sinal claro de que nós, na Alemanha, não nos esquecemos da situação dos tibetanos e que, em vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim, estamos atentos aos direitos humanos no Tibete e em toda a China», declarou.
Diário Digital / Lusa
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