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Portugal é grande quando abre horizontes[1]
02 Out 08
Hoje passei uma boa parte do dia a discutir com o general comandante militar das forcas chadianas que defendem a principal zona de fronteira com o Sudão. Como comanda mais de 4 000 homens e tem cerca de 3 000 rebeldes a
Muito seguro de si próprio, com espiões seus a operar junto da rebelião, bem informado, com muitas campanhas no activo, pareceu-me pouco interessado na conversa, de convencido que esta' que os grupos rebeldes não conseguirão atravessar a fronteira sem se fazerem massacrar.
Sem saber bem como, começámos então a falar dos espíritos que vivem naquelas terras do fim do Deus dará. O general acredita que toda uma comunidade de diabos, uns bons outros maus, são como os seres humanos, têm ministros e primeiros-ministros, talvez também tenham uma versão sua da crise financeira, que há de tudo, habita aquelas paragens nos confins do Sahel.
Os espíritos vivem sobretudo nas árvores mais frondosas, pelo que os soldados do general, quando querem descansar 'a sombra dessas árvores, têm primeiro que descarregar os seus carregadores para o ar, para afugentar esses pobres diabos.
Como estas terras são actualmente um teatro de operações da EUFOR, o general está convencido que os soldados europeus aproveitam da sua presença na região para capturar espíritos, pela cauda, para mais tarde, uma vez terminada a sua missão, os levar para a Europa. O branco não tem medo dos espíritos.
Assim, se nas ruas de Dublin, ou nos passeios de Amesterdão, ou nos Campos Eliseos , o leitor vir um soldado a passear um espírito pela trela, com ar de quem não quer a coisa, ja' fica a saber que esse militar serviu na área que o general chadiano comanda.
Que diria o general, se visse os diabos que andam 'a solta nos partidos portugueses?
[1] Pode ver-se igualmente os Blogs Reflexões fora de campo e Walking the world, para além de Vistas Largas
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