sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

As águas pouco ou nada tratadas que correm do Parque Industrial de Palmela e das Urbanizações (de génese legal ou ilegal) têm 3 efeitos perversos...


... a saber:

Ao atravessarem as terras de cultivo do Sul da Moita, nos campos da Barra Cheia e dos Brejos da Moita, no seu curso a caminho do Tejo (a norte), essas águas que não são nem de nascente, nem pluviais ...

  1. Inquinam as terras de agricultura, prejudicando a saúde pública e causando danos financeiros aos Agricultores

  2. arrastam milhões de m3 de terra por aluvião, roubando assim os seus Propretários

  3. e, maldade das maldades, dão argumentos aos Governantes de Lisboa para bloquearem 200 metros na margem direita, e mais 200 metros na margem esquerda da Ribeira como Reserva Ecológica. Junto ao Tejo, por vezes, a protecção é de apenas 5 metros...aqui entre nós é em média de 400 metros!

Crime ambiental a montante da Estrada do Gado, na partilha entre o Concelho de Palmela (montante) e o Concelho da Moita (jusante) da Ribeira da Moita







Crime e Mistério na Várzea da Moita

(ou o velho princípio

segundo o qual

O criminoso volta* sempre ao local do crime,

sobretudo quando o deixam voltar

e nada lhe contrapõem face à sua actividade criminosa)

(*volta sempre: esteve cá no Outono de 1995, e como o têm deixado, tem cá voltado todos os dias desde então, já lá vão 10 anos X 365 dias = 3.650 dias de uma assentada)

Crime ambiental a montante da Estrada do Gado,

na partilha entre o Concelho de Palmela (montante)

e o Concelho da Moita (jusante) da Ribeira da Moita

Vejamos os factos:

Vista da Ribeira da Moita sob a Estrada do Gado e com perspectiva da parte a montante da Estrada do Gado, ainda no Concelho de Palmela (Vala impermeabilizada em betão e totalmente confinada no seu caudal)

A Moita merece a Ribeira da Moita, ou a Ribeira da Moita não merecia a Moita que tem?

É um dilema, uma charada, a que seria importante tentar-se responder.

Nós imaginamos uma resposta desde já:

As Pessoas da Moita merecem de facto um Ambiente e uma Ribeira melhor,
e
As Pessoas da Várzea da Moita também !

Donde, algumas ideias para reflexão:

  • A Ribeira da Moita, em termos de águas da natureza e águas pluviais, é uma ficção, é um embuste: existiria quanto muito 2 ou 3 meses por ano, e com seca, seria apenas uma miragem;
  • A Ribeira Moita real, de facto, não é uma Ribeira natural: é um esgoto a céu aberto das indústrias e dos aglomerados urbanos a montante da Várzea da Moita, provindo do Concelho de Palmela como ‘dádiva’ dos homens, e não fruto da natureza;
  • À Moita cabe o nobre papel de ser a cloaca do parque Industrial de Palmela;
  • A Auto-Europa, do Grupo Volkswagen, dispõe de uma ETAR própria, a montante da ETAR da SIMARSUL do Bairro Alentejano. Pergunta-se contudo: Porquê efluentes maus e delicados todo o ano, e porquê efluentes péssimos e muitíssimo delicados nos períodos de ‘shut down’ ou de interrupção da produção no pico do verão?
  • As outras grandes e médias Empresas do Parque Industrial de Palmela, algumas delas acabadinhas de licenciar (pensou-se nos efluentes?) confinantes com a Auto-Europa do Grupo Volkswagen, não têm ETAR nenhuma. Enviam do tipo ‘água vai’ todas as águas efluentes químicos e industriais sem qualquer tratamento para jusante, quem estiver mais abaixo que se cuide;
  • Essa dádiva de milhares, de milhões de litros de águas contaminadas, é todos os dias um presente envenenado, e por vezes --- muitas vezes mesmo, quase todo o ano mesmo, haja seca ou faça chuva, --- é um presente caudaloso e muitíssimo envenenado;
  • Enquanto corre no Concelho de Palmela, a Ribeira da Moita corre em vala impermeabilizada a betão, num leito feito pelo homem, sem transvazes nem inundações: é a Vala Rica, que não contamina tais solos, pois corre em leito de betão;
  • Quando passa a Estrada do Gado e entra no Concelho da Moita, vira Vala Pobre, Vala Miserável: a Ribeira da Moita passa a correr em vala permeável, em vala com leito e margens de terra solta, rouba todos os dias centenas e milhares metros cúbicos e mais metros cúbicos de terra arável aos Proprietários da Várzea da Moita, arrastando-a por erosão sem fim a caminho de jusante e do Tejo, transvaza e inunda as terras de cultivo circundantes, contamina com química pesada terrenos de cultura horto-frutícola e de alimento de gado, azucrina e degrada as finanças, a propriedade, a qualidade de vida, a saúde física e a tranquilidade e o equilíbrio mental de Moradores e Proprietários da Várzea da Moita;
  • Quando arriba à Vila da Moita, a Ribeira da Moita é recebida em apoteose com lixo, detritos e dejectos de toda a ordem, qual ex-libris logo ali na Sala de Visitas da Sede do Concelho, da Rotunda da BP à Caldeira da Moita e ao Tejo;
  • Finalmente, a Moita oferece às gerações vindouras, ao Tejo, aos Portugueses e à Humanidade a linda porcaria que 8 kms a montante Palmela e as Indústrias manhosas do Parque Industrial de Palmela lhe oferecem a cada hora que passa, 24 horas por dia, 365 dias por ano, só desde as cheias e as aflições de 1995 já lá vão 10- longos anos-10 de desgraça sem mercê nem piedade;
  • Com Ministérios, Direcções Gerais, Autarquias e seus digníssimos dignitários talvez felizes, alegres e contentes com tal ‘fare niente’, quem sabe, eles que o esclareçam e digam tim-tim por tim-tim o que providenciaram, o que resolveram.

O pobre, esse sofre.

O que tem poder, esse dorme.

A natureza, essa morre aos bocadinhos.

E depois, dizem que a querem defender a Várzea da Moita e o Concelho com mais REN às costas das gentes da Barra Cheia e dos Brejos da Moita.

Vai lá, vai.
Moradores & Proprietários
Várzea da Moita

Ver ainda Desenvolvimento sobre a Ribeira da moita aqui (datado de 2 Abril 2007)

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Neste espaço surgirão artigos e notícias de fundo, pautadas por um propósito: o respeito pela Lei, a luta contra a escuridão. O âmbito e as preocupações serão globais. A intervenção pretende ser local. Por isso, muito se dirá sobre outras partes, outros problemas e preocupações. Contudo, parte mais significativa dos temas terá muito a ver com a Moita, e a vida pública nesta terra. A razão é uma: a origem deste Blog prende-se com a resistência das gentes da Várzea da Moita contra os desmandos do Projecto de Revisão do PDM e contra as tropelias do Processo da sua Revisão, de 1996 até ao presente (2008...) Para nos contactar, escreva para varzeamoita@gmail.com