sábado, 25 de agosto de 2007

Um intelectual comprometido com a liberdade, a democracia, com uma ideia de justiça e de solidariedade social. Um homem contra a discriminação ...


Sábado, Agosto 25, 2007

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Da Literatura

EDUARDO PRADO COELHO 1944-2007

Eduardo Prado Coelho morreu hoje de manhã, em casa, vítima de ataque cardíaco.

Tinha 63 anos.

Foi o intelectual português mais influente dos últimos 25 anos.

E com toda a probabilidade um dos mais invejados, por causa da influência, das sinecuras e das mulheres.

Gostava de viver e de viajar.

Era filho de um homem que marcou a Academia portuguesa, Jacinto do Prado Coelho, e pai de uma jornalista que honra a sua profissão, Alexandra Prado Coelho.

Escritor no sentido amplo do termo, docente universitário desde 1970 (actualmente era professor associado da Universidade Nova de Lisboa), colunista do Público desde a fundação do jornal, director-geral da Acção Cultural do ministério da Cultura (1975-76), conselheiro cultural da embaixada de Portugal em Paris (1989-98; a partir de 1997 acumulou com a presidência do Instituto Camões na capital francesa), várias vezes comissário de importantes eventos culturais, em Portugal e no estrangeiro.

Da sua vasta obra ensaística gostaria de destacar O Reino Flutuante (1972), Os Universos da Crítica (1983, versão da sua tese de doutoramento), A Mecânica dos Fluídos (1984), A Noite do Mundo (1988), os dois volumes do diário Tudo o que não escrevi (1992 e 1994), O Cálculo das Sombras (1997), A Razão do Azul (2004) e Nacional e Transmissível (2006). Recebeu o Grande Prémio de Literatura Autobiográfica da Associação Portuguesa de Escritores (1996), o Grande Prémio de Crónica João Carreira Bom (2004) e, como tributo à sua luta contra a homofobia, o Prémio Arco-Íris da Associação ILGA Portugal (2004). Nada voltará a ser como dantes.

A foto ao alto é de Silvia Seova.
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posted by Eduardo Pitta at 10:30 AM




Eduardo Prado Coelho Publicada por JCG Sábado, Agosto 25, 2007 em 16:03

Certamente um dos intelectuais mais conhecidos neste País e dos mais influentes. Muitas vezes não concordava nada com o que ele escrevia o com as suas opções políticas mas lia-o sempre. Confesso que achei muito mal quando a direcção do Público retirou o seu Fio do Horizonte da última página do jornal para o passar para uma das páginas interiores. Era a minha primeira leitura de todas as manhãs enquanto tomava o pequeno-almoço nos tempos em que o público ainda era o meu jornal de todos os dias.
Um intelectual comprometido com a liberdade, a democracia, com uma ideia de justiça e de solidariedade social. Um homem contra a discriminação do outro, contra a prepotência dos poderes. Um homem de esquerda.

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